Antissemitismo: Como reconhecer, entender e combater o ódio aos judeus
- 19/05/2025
Em meio ao aumento global de discursos de ódio e ataques a judeus, o Instituto Brasil-Israel (IBI) disponibiliza uma importante ferramenta para o enfrentamento ao preconceito: o Guia Contra o Antissemitismo.
Lançado originalmente em novembro de 2023 – logo após o ataque terrorista do Hamas em solo israelense – o documento permanece atual e relevante, especialmente por seu caráter didático.
A publicação oferece um mapeamento claro sobre como identificar manifestações antissemitas e agir diante delas – seja por meio da denúncia, da educação ou do diálogo.
O guia parte de uma definição abrangente: o antissemitismo é um preconceito que pode se manifestar de forma religiosa, racial, cultural ou política, e assume contornos diversos, desde estereótipos e piadas até agressões físicas e incitação ao ódio.
Um dos méritos do material é detalhar as fronteiras entre crítica legítima ao Estado de Israel e discurso antissemita, algo essencial diante do uso político de tais temas em debates públicos e redes sociais.
Entre os exemplos de antissemitismo apontados, estão a negação do Holocausto, a acusação de que todos os judeus controlam a mídia ou a economia, e a responsabilização de judeus da diáspora por decisões do governo israelense. O guia alerta que esses comportamentos, muitas vezes normalizados no cotidiano, perpetuam narrativas históricas de exclusão e violência.
Além da identificação do problema, o documento se destaca pelas sugestões práticas sobre como reagir a comportamentos antissemitas. Em vez do confronto agressivo, o IBI propõe uma abordagem baseada no diálogo e na empatia. O objetivo é interromper a reprodução de preconceitos e abrir espaço para a reflexão.
Antissemitismo no Brasil
O guia também lembra que, ao contrário do muitos pensam, o antissemitismo existe no Brasil e traz dados oficiais:
"O número de inquéritos abertos por apologia ao nazismo cresceu 900% entre 2011 e 2021, segundo dados da Polícia Federal, chegando a 110 denúncias no último ano do levantamento. Em outro levantamento, feito pelo Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil, no relatório Eventos antissemitas e correlatos no Brasil, em 2019, os casos registrados de antissemitismo e neonazismo, somados, eram 24. Em 2021, subiram para 67."
Casos desse tipo no país são considerados equivalentes ao crime de racismo e podem ser denunciados às autoridades competentes, como a polícia, o Ministério Público ou entidades como a SaferNet, no caso de crimes virtuais.
O documento também ressalta que piadas, memes ou estereótipos, mesmo sob o disfarce de “humor”, podem configurar discurso discriminatório.
Em um país onde os casos de apologia ao nazismo cresceram 900% em uma década, iniciativas como a do IBI são fundamentais para formar uma sociedade mais consciente e plural.
O Guia Contra o Antissemitismo está disponível gratuitamente no site do Instituto e pode ser utilizado em escolas, universidades, espaços culturais e organizações da sociedade civil. Ele chama não apenas à informação, mas à ação. Afinal, como afirma o próprio texto, "silenciar não é uma opção."
